quinta-feira, 26 de maio de 2016

Orações para Bobby [EU VI E LOGO COMENTO]



“Eu sei porque Deus não ‘curou’ o meu filho. Ele não o curou porque não havia nada de errado para ser curado.”

ALERTA DE SPOILER

Se você não deseja receber spoiler do filme pare por aqui mesmo. Nessa resenha não irei poupar certos detalhes.

Estava a procura de um filme do gênero drama quando me recomendaram este, fui atrás da sinopse a qual me deixou extremamente interessado, sem perder tempo fui assisti-lo.

No longa somos apresentado a uma família que segue um determinada religião, são muito unidos, preocupam-se muito com as coisas certas a serem feitas aos olhos de Deus e da Bíblia, são bem regrados, e nessa família temos Bobby, o filho prodígio, o queridinho.

Bobby começa a sofrer, a duvidar de si mesmo, ele não consegue ter relações sexuais com garotas e isso o assusta muito, ele se vê pecando um pecado terrível abominado por sua família, abominado pelo livro que rege suas vidas, decide contar para seu irmão sobre sua sexualidade, pede para que ele guarde segredo, ele acaba não guardando e conta para sua mãe, nesse momento a bomba explode, o mundo desaba, a vida de Bobby passa a se tornar um inferno.

Acreditando cegamente que seu filho está indo contra Deus, contra o livro que controla suas vidas, acreditando que ele está pecando algo que segundo a Bíblia é punível com a morte, acreditando que forças do mal estejam agindo, acreditando que isso seja uma doença e que é possível curar-se, ela, sua mãe, decide curá-lo. Bobby começa a frequentar um psicólogo, passa a praticar exercícios físicos, muda sua alimentação, tem encontros com garotas arranjados por sua mãe, passa a dormir no sótão e se depara com trechos da Bíblia em todos os lugares da casa, em todos os lugares mesmo, tudo isso para curá-lo, para livrar essa família pura e santa desse pecado mortal, dessa vergonha e assim poderem juntos entrarem no reino do céus.

Bobby sente-se pressionado para que seja curado, sua família o cerca por todos os lados, ele sente-se sufocado, sofre em silêncio, sente-se intimidado por sua mãe, ninguém o entende, ninguém o escuta, ninguém se importa com o que ele sente, com o que ele está enfrentando, ele apenas sofre.

Na tentativa de fugir por um tempo dessa vida resolve passar dois meses com sua prima, que ao contrário dos demais de sua família entende e o apoia. Ela acaba apresentando ele a um amigo homossexual, passam então a viverem um romance, tornam-se namorados, ele se sente bem, sente-se amado, sente que isso é normal, por um breve momento de sua vida se sente vivo, por um breve momento ele está vivendo.



Volta para sua casa e a busca pela cura continua, mas ele toma coragem e resolve bater de frente com sua mãe, eles acabam discutindo e no meio disso ela acaba dizendo que não é mãe dele, ou algo do tipo, ele resolve então ir morar de vez com sua prima.No fim das contas ele comente suicídio.  

Toda a família sofre com a perda, principalmente a mãe. Ela fica preocupada por acreditar que ele tenha ido para o inferno devido o pecado cometido, preocupa-se em não poder ir para o céu por causa disso, mas também sofre com a perda do filho. Aos poucos vai buscando entender o motivo dele ter tirado sua própria vida, o por que dele cometer tal pecado, vai em busca da Bíblia para tentar compreender, vai a igrejas na forma de achar as respostas, e nessa busca acaba conhecendo uma nova realidade, começa a entender mais sobre a situação de seu filho através de outros pais que tem filhos como o Bobby, homossexuais, não é fácil para ela aceitar, mas com grande esforço vai abrindo-se para isso que até então era algo abominável, a ponto de lutar por eles. No fim temos uma mãe que perdeu seu filho por conta de seus atos se redimindo, uma mãe que de tanto sofrer e lutar encontrou uma forma de fazer com que isso não se repetisse, uma forma de se perdoar, uma forma de manter seu filho ainda vivo em si.

Creio ter relatado as principais partes do filme, para não dizer todo o filme (risos). O filme é maravilhoso, do tipo de nos fazer chorar horrores, até teria chorado se não tivesse recebido o spoiler de uma amiga de que Bobby morreria, fiquei chocado por ela ter me dado o spoiler, perdeu a graça do filme, pois desde os primeiros segundos já esperava por sua morte, então quando ela veio o choque não foi grande, não me senti comovido, claro que pela história fiquei abalado, mas queria ter sofrido junto com ele, e minha amiga arrancou isso de mim, nunca esqueceria e nem me conformarei.

Mesmo a mãe dele tendo mudado sou sincero a dizer que não suporto o posicionamento que ela tivera diante de seu filho, ela praticamente o matou, sim, ela é a culpada, pois ele ainda estria vivo se não tivesse sido tratado como um doente, e sofri muito com isso, sofri muito ao vê-lo passar por tudo aquilo, por ele sofrer em silêncio, por recorrer a um diário, por ter sua família contra ele, tudo isso por causa de um livro, por causa de uma religião. Sua mãe era fanática, alienada e cega, exemplo claro disso é quando o namorado do Bobby vai dá seus pêsames logo após o sepultamento, ele deposita num móvel um pratinho com um talher e cumprimenta com um aperto de mão a mãe dele, quando ele se retira ela pega esse pratinho e o talher e os jogam no lixo, em seguida lava suas mãos, as esfregam para se manter pura, se nãos bastasse isto em plena missa diante do caixão do garoto o padre condena o Bobby diante de toda a igreja, isso é repulsivo, monstruoso, sentia-me com nojo dessas pessoas, raiva da mãe dele, queria tacar a Bíblia na face dela, sacudi-la e gritar em sua cara que ela matou seu filho, podem até achar que estou exagerando, mas quando se vê o que ele passou a ponto de tirar a própria vida, quando se vê ela negando-o como um filho o telespectador perde a noção do bom senso a ponto de querer esgana-la. Alguns até podem dizer que é normal os pais se sentirem magoados ou algo do tipo diante de uma revelação dessas vindo de um filho, isso não é para acontecer, por mais alienada que os pais possam ser, todos devem ser amados e aceitos da forma que são.

Todo o filme é muito comovente, a história é muito bela e muito triste, e saber que isso é baseado em uma história real a dor é mais intensa, o sofrimento é maior, perco a estruturas ao pensar que esse garoto tirou a própria vida por não ser aceito pela própria família, infelizmente isso não é um caso isolado, e tudo isso por causa de um livro, por causa de uma religião que alguém criou para fazer uma lavagem cerebral nas pessoas que as ceguem, tudo isso para poder ter poder e manipular o mundo, chega a ser revoltante.

“Orações para Bobby” é um verdadeiro dilema, temos dois lados da história apresentados de uma forma que leva o telespectador a sofrer com os dois lados, é um filme que mesmo após seu término você continua sofrendo, mas esse sentimento foi arrancado de mim pelo spoiler, por que a morte dele é o centro da história, é o ápice, o que acarreta os fatos que se sucedem e o que leva a uma reviravolta por parte de sua mãe.

O mundo deveria parar e assistir esse filme, um filme para se ter como lição de vida, para aprender que palavras e atitudes podem ter consequências bem maiores do que se pensa. Uma história que levarei para o resto de minha vida. Bobby, sofri por ti. Só espero poder ler o livro que serviu de base para esse filme, irei em busca dele.


Título: Orações para Bobby
Título Original: Prayers for Bobby
Ano de lançamento: 2009
Indicação: 14 anos
Duração: 89 minutos





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4 comentários:

  1. O livro e a religião, não devem ser menosprezados, pois são a realidade, a verdade do único Deus vivo. Mas, eu te pergunto, essa mãe fez o mesmo com o outro filho? Porque esse livro em determinado trecho fala sobre 6 coisas que Deus odeia e uma que Deus abomina. Nenhuma dessas 6 é o homossexualismo, mas a coisa que Deus anônima, é aquele que levanta briga onde havia união. Logo o filho fofoqueiro é o que é abominado por Deus. Eu nunca vou entender, porque ser mentiroso, é normal, peca é se arrepende. Porque ser deslocado é normal, peca é se arrepende. Mas, o homossexual não, é filho do cão, monanur, apenas melhorem suas convicções religiosas, se eu como Cristã tiver um filho homossexual vou fazer tudo o que eu puder pra que ele não pratique o homossexualismo, no caso ORAR, se Deus não puder mudar algo, nada mais vai poder.
    Amei a resenha, gostei de como expôs seus sentimentos quase imparcialmente, e me desculpe por ter te dado o SPOILER. ♥

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    1. Obrigado por sua opinião, fico muitíssimo feliz em saber que tenha gostado da resenha. Discordo de alguns pontos de sua opinião, mas ela é sua opinião e respeito.

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  2. Apesar de também ter recebido o spoiler, a sua resenha me fez querer assistir ao filme. Me dói saber que infelizmente histórias como as de Bobby acontecem todo dia, e que na maioria delas o arrependimento não vem, pelo contrário,as vezes a pessoa é até mais julguda por isso. Só acho que vc não deveria atacar tanto tal religião,nao tiro a sua razão de ter raiva e tudo mais, mas generalizar é um pouco demais,assim como ninguém é igual,na religião também existem os fanáticos (que é o caso da mãe do Bobby) e existem os que enxergam que nem tudo é uma abominação. Enfim,adorei a resenha e irei assistir ao filme mesmo dps desse spoiler todo. 😊

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    1. Obrigado por sua opinião, fico feliz em saber que tenha gostado da resenha. De forma alguma quis generalizar a respeito das pessoas que ceguem sua religiões, creio que isso não deve ter ficado claro no texto. Infelizmente isso ocorre com frequência, pessoas são vitimas das mais diversas formas de discriminação apenas por serem o que são. Apesar de tanto spoiler você deve mesmo ver o filme :*

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